sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sou mulher, como tantas, como todas.
Marias, Joanas, Anas, Fernandas, Danielas, Larissas, Franciscas, aff.. mães, filhas, esposas, amantes, freiras (freiras!!!).
Igual a todas, diferente, única, irreconhecível.
Passional, celibatária, emotiva, vingativa, abandono e sou abandonada, choro, me desespero, nem ligo..
Se for meu, volta. Se não voltar, não era para ser. Se era para ser e não quer voltar, sofro pelo resto da vida, até que te esqueço e me pego cantando, dançando, beijando outra boca, dizendo te amo (eu nunca disse te amo).
Exijo respeito, falo baixo até quando grito, atraio atenções, olhares (atraente, me dizem), não acredito, sou feia, sou gorda, sou magra demais, fiquei velha, sou infantil, incoerente, séria demais, sistemática, antiquada.
Ai..
Perdi tantas chances, nasci no século passado (1789, vi a revolução francesa, gritei pela rua, fiz arruaça, perdi a cabeça). Incoerente, não falo nada com nada, coisa com coisa, coisa com nada, nada com coisa..
Me perdi.
Mas o que eu quero, é um amor, que me faça sonhar, sorrir sem porquê, esquecer que estou triste, entediada, sair, sentar na praça (coisa antiga, ninguém mais faz isso), escrever um romance, dizer te amo (mentira, nunca disse, nunca direi).
Eu, celibatária, abstêmia, vou me acabar na bebedeira, te amar a noite inteira, e, depois, negar, sorrindo, todos vão saber que é mentira, nem ligo..
Atrás de você, que nem uma gata, toda lenta, toda dissimulada, sem te perder de vista, lutando por você, gritando, arranhando.. Você não vai aguentar, vai sumir depois de duas semanas. Daí vai perceber que ninguém vai te amar assim, que eu sou igual a todas a outras mulheres, única, ímpar, sem igual..